Estamos
deixando nossa humanidade de lado? Estamos nos tornando bárbaros? Ou máquinas? Ao
que tudo indica, parece que sim. Em Super
8, filme produzido por Steven Spielberg e escrito e dirigido por J.J. Abrams,
o coadjuvante, um alienígena, nos mostra como estamos desaprendendo a ser seres
humanos e nos tornando cada vez mais egoístas e distantes uns dos outros. Estamos
desaprendendo a amar. Isso fica claro na parte do filme em que um cientista
afirma que em vez de ensinarmos ao alienígena a amar, ter compaixão e perdoar,
ensinamos essa espécie a odiar os seres humanos, ou seja, plantamos o ódio em
vez do amor.
Além
disso, é interessantíssimo como Spielberg centra seu foco nas relações humanas.
Pai e filho não se entendem depois da morte da mãe do garoto, personagem
principal. A partir daí, o filme é construído tecendo teias que nos mostram
como somos frágeis diante das emoções e dos sentimentos que temos pelas
pessoas. Ódio, amor, amizade e perdão são temas visíveis nesse belíssimo e
conciso trabalho de Spielberg. Como em todos os seus filmes sobre ETs, Super 8 explora muito mais o que somos,
lançando um olhar sobre nossa espécie, do que propriamente a ficção de existir
a probabilidade de vida extraterrestre. Super
8 é um painel de como nos enxergamos, como somos realmente e como
deveríamos ser, nos revelando nossa falta de humanidade.
Ao
final, já nos créditos, o filme em super 8, modalidade de filmagem da época da
história no filme, conclui todo o pensamento do diretor e de Spielberg: somos
zumbis, que para reencontrarmos nossa humanidade, precisamos de amor, tanto
amor ao próximo como por nós, pela Terra, pelo mundo etc., por tudo. Como eu disse:
desaprendemos a amar e Spielberg nos dá a fórmula para reencontrarmos o amor:
tratarmos o próximo com o bem e não tentando desvendar, estudar e conhecê-lo;
apenas amá-lo e espalhar o bem.