segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NUNCA TE AMEI (THE BROWNING VERSION, 1994)


Nesta luxuosa e elegante refilmagem de um clássico de 1951, baseado em uma peça teatral de Terence Rattingan, o diretor Mike Figgis traz à tona uma envolvente e emocionante história de um professor de Latim e Grego e a sua relação fria e rígida com os seus estudantes, principalmente os do 5° ano, que o apelidam de “O Hitler do 5° ano”. Mike Figgis é o mesmo diretor de Despedida em Las Vegas, de 1995, filme que lhe rendeu duas indicações ao Oscar, a de melhor diretor e a de melhor roteiro adaptado.
Com 96 minutos de duração, exatamente 01 hora e 36 minutos, o filme narra o drama do professor de Latim e Grego, Andrew Crocker-Harris (interpretado por Albert Finney, que aparece em O ultimato Bourne, de 2007; Traffic, de 2000; e, Erin Brockovich – uma mulher de talento, de 2000), que resolve aposentar-se por problemas de saúde. No decorrer do filme, entre a sua última aula e a sua despedida, Andrew faz uma reflexão sobre a sua vida e o seu comportamento perante os seus alunos e à esposa, que mantém um caso com um outro professor, Frank Hunter (interpretado por Matthew Modine, que aparece, também, em Carga explosiva 2, de 2005; Um lugar chamado Nothing Hill, de 1999; e, A ilha da garganta cortada, de 1995), e percebe que nunca conseguiu estabelecer um bom relacionamento com os estudantes, e o que tinha com a mulher, esvaiu-se.
Com a equipe de produção contando com a presença de Ridley Scott (diretor de Gladiador, de 2000; Cruzada, de 2005; e, O gângster, de 2007), o gênero dramático cumpre com o seu papel, causando-nos uma catarse sem igual preceito. Ao final do filme, Figgis e Scott conseguem transmitir o drama do professor, que enxerga-se incapaz de continuar lecionando, pois se mostra, pelos seus gestos, que é um sujeito perturbado e insatisfeito com a vida. Além de ser um bom filme, devido às atuações dos atores, por trazer valores e conceitos morais esquecidos pelas modernas ferramentas pedagógicas presentes nas escolas atuais e, para quem gosta, por proporcionar uma reflexão sobre o universo psicológico quem compõe um profissional da área de educação, o filme vale a atenção na frente da televisão, pois recebeu uma indicação ao BAFTA de melhor roteiro adaptado, em 1994. O BAFTA é a Academia Britânica de Filmes e Artes Televisivas e está entre os circuitos mais importantes de premiações mundiais em cinema e televisão, junto do Oscar, do Globo de Ouro e do Festival de Cannes.

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